Conversamos com a médica veterinária Pamela Lima sobre quais são as dúvidas mais frequentes dos tutores sobre a especialidade. Entenda a seguir!
Eu costumo dividir em etapas: primeiro, uma anamnese bem completa, pois esse passo nos traz bastante informações (quanto tempo apresenta o quadro dermatológico, se já fez algum tipo de tratamento, se sim, quais foram os resultados do tratamento). Também é importante entender o contexto que esse animal vive (qual ração ele come, se trata-se de AN, se foi balanceada ou não, se tem o costume de viajar com o tutor e para quais lugares, se faz controle com o veterinário de pulgas e carrapatos e verminoses regularmente ou não, se está vacinado, qual ambiente ele fica, se tem caminha e mantinha e como isso tudo é lavado, período de banho, tipo de shampoo, tipo de pote de água e ração, etc). Já em relação ao exame físico, eu verifico a saúde da pele e do pelame (odor, brilho, se é opaco, se tem presença de secreção, pústulas e crostas, rarefação pilosa, alopecia). Também é importante a realização de exames quando há presença de pústulas (citologia), secreção de ouvidos (cultura e antibiograma), sarna demodécica (citológico de pele) ou outras coisas que possam estar contribuindo para a lesão do animal ou ser a causa principal. Usamos o olfato, a visão, o tato para entender o conjunto de problemas do animal.
As queixas são pruridos, que podem vir ou não acompanhados de lesões, com pústulas e crostas melicéricas e, também, otite. Podem ser os dois juntos ou separados. No caso das otites, a maioria já se trata de processos crônicos, em que o animal já teve duas ou três no ano.
Sim, sou praticante da medicina integrativa. Acredito que quanto menos medicações os animais usarem, melhor é a fim de evitar os efeitos colaterais que muitas medicações têm. Os pacientes dermatológicos, muitas vezes, vão precisar de tratamento para o resto de suas vidas como os atópicos, que têm deficiências de proteção da barreira da pele e são muito predispostos a infecções secundárias. Então, precisamos deixar os medicamentos reservados para animais que realmente não respondem às práticas naturais. Por exemplo, um animal com piodermite ou malassezia secundário a uma crise alérgica de um animal atópico, posso usar a ozonioterapia, que tem um ótimo efeito bactericida e antifúngico e ajuda muito no prurido também. Outro exemplo é a fotobiomodulação, onde o laser de led azul promove uma limpeza dos tecidos, cicatrização e hidratação que são pontos que o animal que tem deficiência na barreira da proteção da pele precisa. Em terapias tópicas, podemos contar com shampoo natural, substituindo por um medicamentoso, como própolis e menta, por exemplo, que tem ótimo efeito comprovado bactericida e antifúngico. Claro que o resultado de um shampoo medicamentoso pode aparecer de forma mais rápida do que um terapêutico natural. O controle é sim possível com um lado mais natural.
As dúvidas estão mais relacionadas a se o problema do pet tem cura, quanto tempo irá demorar o tratamento, o valor do tratamento (o custo do paciente dermatológico acaba sendo um pouco alto), se passa de um animal para outro ou para humanos. Sabemos que algumas doenças dermatológicas são zoonoses e podem sim passar para a gente.
Pamela Lima é médica veterinária, especialista em Dermatologia e Medicina Preventiva e Integrativa.
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