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Bate-papo com VET: Fernanda Távora fala sobre comportamento dos pets

Conversamos com a médica veterinária Fernanda Távora  sobre como o comportamento animal pode influenciar a vida do pet. Entenda a seguir.

 

1. Como o comportamento animal pode influenciar na vida do pet?

Os problemas de comportamento são a principal causa de abandono e morte por eutanásia dos animais de companhia. Cães e gatos estão assumindo papéis mais relevantes na família através do relacionamento afetivo e, muitas vezes, de dependência que desenvolvem com os humanos e vice-versa. Quando essas relações são afetadas por comportamentos que, ao nosso ver, são errados, há um comprometimento do bem-estar e da harmonia das interações. O que o responsável pelo animal precisa entender é que, em alguns momentos, existe uma falta de conhecimento da nossa parte em relação às necessidades do animal - respeitando ele como tal - para que o pet possa expressar o seu comportamento natural sem ser humanizado. Quando o animal vive num ambiente em que seu comportamento é respeitado e quando ele é ensinado, ele tem capacidade de aprender. Como cobrar algo que não foi ensinado? A partir disso, teremos uma resposta positiva em relação ao que ele aprendeu.

Se preferir, ouça a resposta da Dra. Fernanda, aqui.

2. Cães mais medrosos, agressivos ou estressados podem ter pior qualidade de vida?

Comportamentos que expressam medo, agressividade e estresse, trazem más influências para a vida do pet. O pet desde que nasce, passa por períodos em sua vida: neonatal, transição, socialização e juvenil que, geralmente, são abruptamente interrompidos e que, por isso, pode ser perder a qualidade do relacionamento. Isso porque o animal não manteve a sua homeostase emocional porque ele não passou adequadamente por cada período. Em especial, o período de socialização é considerado o momento de formação dos vínculos e relacionamentos sociais. O filhote é retirado da ninhada e criado por seres humanos e estabelece relacionamentos somente com pessoas, podendo apresentar comportamento agressivos com seres da própria espécie no futuro porque ele não aprendeu a interação animal. Desconhece a linguagem entre os seres da própria espécie. Assim, as experiências dessa fase determinam o comportamento quando adulto. Assim podem desenvolver distúrbios de comportamentos. Por outro lado, filhotes criados em ambiente enriquecido, são mais curiosos e desenvolvem uma melhor capacidade cognitiva.

Se preferir, ouça a resposta da Dra. Fernanda, aqui.

3. O que você recomenda como tratamento nesses casos?

O tratamento exige participação do tutor para realizar mudanças no manejo, enriquecimento ambiental, atividades que exercitem o corpo e a mente, ensinar o cão a tolerar as ausências do tutor, não punir ou repreender o comportamento. Animal que não consegue ficar sozinho, deve ser levado para uma creche pet, por exemplo. Em casos mais graves, utilizamos a terapia farmacológica. O sucesso do tratamento depende dos sinais presentes e do comprometimento do tutor. A prevenção é a chave e consiste em conscientizar as pessoas, ensinando para que respeitem o período de socialização do cão. As experiências de filhotes dos pets vão determinar o comportamento quando adultos.

Se preferir, ouça a resposta da Dra. Fernanda, aqui.

4. Você é adepta das terapias naturais para tratamento comportamental?

Eu sou a favor das terapias naturais e da associação dos tratamentos. O uso de feromônios sintéticos no ambiente é uma forma de aliviar os sintomas de estresse. É preciso associar as terapias, com o comprometimento do tutor em mudar o ambiente e o tratamento com fármacos.

Se preferir, ouça a resposta da Dra. Fernanda, aqui.

 

Fernanda Távora é médica veterinária e pós-graduanda em Neurologia Veterinária pelo Instituto Bioethicus. Tem formação em Marketing e realiza atendimento clínico geral e em neurologia de cães e gatos em São Paulo.

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